terça-feira, 15 de maio de 2012

GUERRA DE CANUDOS


Canudos:

-Período: de Novembro de 1896 à Outubro de 1897.


- Envolvidos: de um lado os habitantes do Arraial de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo beato Antônio Conselheiro. Do outro lado as tropas do governo da Bahia com apoio de militares enviados pelo governo federal.

          - A Guerra de Canudos significou a luta e resistência das populações marginalizadas do sertão nordestino no final do século XIX. Embora derrotados, mostraram que não aceitavam a situação de injustiça social que reinava na região.

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social no sertão da Bahia.

Canudos foi um movimento liderado por Antônio Conselheiro, foi iniciado em 1893, na região norte da Bahia, estava intimamente ligado à proclamação da República. Antônio era contra a separação da Igreja e do Estado e admirava o regime monárquico. Com palavras de fé e justiça, Conselheiro atraiu muitos sertanejos que se identificavam com a mensagem por ele proferida.

O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordavam com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas.

A Guerra de Canudos é tida como um dos principais conflitos que marcam o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. Canudos, que mais pra frente teve o nome mudado para Belo Monte, foi o nome dado à comunidade por seus opositores e, se tornou uma ameaça ao interesse dos poderosos.

Incriminada por setores influentes e poderosos da sociedade da época, Canudos foi alvo das tropas republicanas, pois o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado.

Ao contrário das expectativas do governo, a comunidade conseguiu resistir a quatro investidas militares. Somente na última expedição a população apta para o combate e os habitantes do arraial de Canudos foram massacrados de forma brutal e até injusta.

Messianismo:

Na religião judaica existe a crença na vinda de um Messias, (“ enviado de Deus”, “Salvador”) que trará a libertação e transformará o mundo, iniciando uma época de justiça e felicidade. Por comparação, os sociólogos chamam o movimento encabeçado por Antônio Conselheiro e outro semelhantes que ocorreram em diversas partes do mundo de movimentos messiânicos ou messianismo.

E os seguidores de Conselheiro acreditaram que ele era o enviado de Deus, um homem santo, que em Canudos chegaria cheio de alegria e liberdade. Canudos não foi o único movimento messiânico que ocorreu no Brasil. Em diferentes épocas e lugares, a população humilde seguiu “santos” e “beatos”, depositando neles sua esperança de redenção.

          Outros também foram considerados “enviados por Deus”, como o Padre Cícero de Juazeiro, e José Maria do Sul do Brasil.

Quem foi Antônio Conselheiro?

Nasceu no interior do Ceará, 3 de Março de 1830 e faleceu em Canudos (Bahia) em 22 de Setembro de 1897. Depois da morte de seu pai assumiu os negócios da família, mas não teve sucesso, então foi peregrinar pelo interior.

Nessas andanças, começou a construir igrejas, casas e cemitérios. Nessa época, sob a perspectiva de alguém influenciado pelas contrariedades pessoais e os problemas socioeconômicos do sertão, Antônio Conselheiro iniciou uma pregação religiosa defensora de um cristianismo primitivo. Era também um crítico do sistema republicano.

Casou-se com uma prima e exerceu funções jurídicas nas cidades de Campo Grande e Ipu. Com o abandono da mulher, Conselheiro voltou a vagar pelo sertão nordestino, que se envolveu com uma escultora e teve um filho. Em 1865, abandonou a família e rendeu-se a vida de andarilho e pregador. Antônio Conselheiro, com a saúde fragilizada, morreu dias antes do último combate contra os militares.

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